Boas notícias para aqueles que detestam procurar uma vaga ou abominam manobrar o carro: cientistas garantem que no futuro os automóveis serão aptos a estacionar sozinhos. Embora não haja ninguém dentro do Range Rover parado em um estacionamento de Las Vegas, o carro se movimenta suavemente, localiza uma vaga e começa a dar marcha à ré. Como se um fantasma estivesse no volante, no meio da manobra, o carro parece hesitar por um instante, volta a avançar um pouco e se posiciona melhor. O sistema, denominado "motorista automático" funciona "como um cérebro", disse Guillaume Devauchelle, vice-presidente encarregado da inovação e do desenvolvimento científico da fabricante de equipes automotores francês Valeo, que apresentou este protótipo no âmbito do Salão Internacional de Eletrônica de Consumo (CES), celebrado em Las Vegas até esta sexta-feira. "Funciona etapa por etapa, com certa liberdade de decisão, e se adapta a todas as circunstâncias", destacou o executivo, ressaltando que "até mesmo colocando-o novamente nas mesmas condições, não agirá duas vezes da mesma forma". A ideia é bastante simples. Fora do carro, o motorista ativa um aplicativo em seu smartphone ou qualquer objeto conectado e o carro procura sozinho a primeira vaga disponível para estacionar. No momento desejado, reativa este aplicativo e "o automóvel voltará a aguardá-lo na saída do estacionamento", explicou Devauchelle. Para funcionar, o sistema não precisa de nenhum equipamento específico no estacionamento, assegurou. Baseia-se apenas em captores de ultrassom que já são usados em automóveis, como os radares para ré, por exemplo. Só falta agregar alguns mais na parte da frente e dos lados e acrescentar, se for o caso, câmeras para reconhecer locais habilitados para portadores de necessidades especiais ou entradas de garagem. "A ideia é tornar isto acessível ao maior número" de consumidores, destacou Devauchelle, usando tecnologia não apenas reservada a veículos de alto padrão, devido ao seu custo.