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Apesar dos os sinais de desaceleração da economia, o consumo de combustíveis e de energia elétrica teve forte crescimento neste início de ano. Em janeiro, última informação disponível na Agência Nacional de Petróleo (ANP), a venda de gasolina e etanol das distribuidoras para os postos cresceu 10,4% na comparação com igual mês de 2013. E, no primeiro bimestre, a demanda residencial de eletricidade aumentou 10,6%, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Apesar de o governo controlar o preço da gasolina nas refinarias, a cotação do combustível no posto está em alta, o que confirma a força da demanda, sustentada pelo emprego e pela renda, ainda em patamares favoráveis. Na semana passada, por exemplo, o preço médio do litro de gasolina na bomba era igual ou maior que R$ 3 em 12 das 27 capitais pesquisadas pela ANP. Parte da alta se deve à entressafra da cana-de-açúcar, já que o etanol é misturado à gasolina. "Como a desaceleração da economia não bateu no emprego e na massa salarial, o impacto no consumo de combustíveis é positivo", afirma a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Amaryllis Romano. Para a economista-chefe da consultoria Rosenberg Associados, Thaís Zara, a política do governo de interferir em dois preços importantes da economia - o do combustível e da energia elétrica - é o fator que mais pesou no aumento do consumo. A política de subsidiar preços para atenuar o impacto na inflação tem um custo alto, diz Thaís. No caso da gasolina, reduziu-se a rentabilidade da Petrobrás e isso impactou as finanças do governo. No caso da eletricidade, a conta por ter cortado a tarifa em 2013 e os problemas climáticos que levaram ao acionamento das térmicas, que geram uma energia mais cara, começa a aparecer. "O governo aumentou o imposto sobre bebidas para compensar as despesas com energia. Não tem almoço grátis." Por Agência Estado.