Logística de atuação ainda não foi concluída pelos comandos |Foto:Max Haack/BN
O anúncio do empenho de tropas da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Exército brasileiro nos circuitos do Carnaval de Salvador traz à tona o debate sobre o preparo dos policiais federais e combatentes para atuar na maior festa de rua do planeta, que reúne cerca de dois milhões de foliões por dia em avenidas da capital baiana. Em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (13), o governador Jaques Wagner (PT) informou que os 320 agentes da FNSP e soldados da força militar, que permanecem em Salvador, serão integrados aos quase 20 mil homens e mulheres da Polícia Militar da Bahia que realizarão o policiamento ostensivo durante os sete dias da folia momesca. Como foi visto durante a operação de isolamento da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), ocupada por PMs grevistas, as táticas usadas pelas duas forças contavam com o uso de armas letais, como fuzis, metralhadoras e pistolas, e não letais, como bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, gás de pimenta, balas de borracha, além de escudos e cacetetes. De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Justiça, contatada pelo Bahia Notícias, os policiais da Força Nacional estão preparados para assegurar a tranquilidade dos foliões. “Os integrantes passam por treinamento para atuar em situações semelhantes às do Carnaval de Salvador. É a chamada segurança para grandes eventos. A corporação já atuou, inclusive, na segurança dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, com 3,7 mil homens e mulheres”, informou a pasta. Além disso, os membros federais recebem treinamento com especialistas da área e têm aulas sobre direitos humanos, controle de distúrbios civis, policiamento ostensivo e gerenciamento de crise. Já o Exército, que mantém seus soldados aquartelados em Salvador mesmo após a decretação do fim da greve, informou apenas que o comando da 6ª Região Militar ainda realiza o replanejamento do empenho das tropas e os critérios de atuação não estão definidos. "Assim que for definido, ele será divulgado", garantiu o assessor de comunicação, major José Mendonça Peixoto. Nesta segunda (13), o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, e o general do Exército, Gonçalves Dias, se reuniram para discutir as estratégias da aplicabilidade das três tropas no Carnaval. O teor do encontro também não foi divulgado porque, segundo o Departamento de Comunicação Social da PM, as definições ainda não foram concluídas pela corporação. “Tudo será levado em consideração. Desde o carnaval de bairro, ao policiamento ostensivo nas avenidas do circuito e do seu entorno”, adiantou o capitão Marcelo Pita, do Departamento de Comunicação da PM.