Foto: Divulgação/ CSIRO
Mais de 90% das aves marinhas já ingeriram plástico de algum tipo, segundo estimativas de cientistas britânicos e australianos. O estudo, publicado nesta segunda-feira (31) na revista PNAS, mostra ainda que 99% das espécies de aves marinhas terão plástico no estômago até 2050. “Pela primeira vez temos uma estimativa global de como o longo alcance do plástico pode afetar as espécies marinhas – e os resultados são impressionantes. Estamos, usando observações históricas, que, entre as aves marinhas, 90% dos indivíduos já comeram plástico”, explicou Chris Wilcox, da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Commonwealth (CSIRO, na sigla em inglês), na Austrália. O grupo analisou estudos publicados entre 1962 e 2012 sobre 186 espécies de aves marinhas e descobriu que a quantidade de plástico em seus estômagos está crescendo rapidamente. O material encontrado é variado: inclui sacolas plásticas, tampas de garrafas e fibras plásticas de roupas sintéticas que pararam nos oceanos após passar por rios urbanos, esgotos e depósitos de lixo. De acordo com Wilcox, as aves confundem o material com comida, engolindo-o, o que compromete os intestinos, causa perda de peso e eventualmente a morte. Segundo o Estadão outra das autoras do estudo Denise Hardesty disse que as aves marinhas são excelentes indicadores da saúde do ecossistema. “As estimativas do longo alcance do plástico entre as aves marinhas são corroboradas pelo que observamos no nosso trabalho de campo. Eu cheguei a encontrar 200 pedações de plástico em uma única ave”, disse. Segundo os cientistas, o plástico tem impacto maior na vida marinha quando se acumula nos oceanos do Hemisfério Sul, em uma faixa que inclui a parte mais meridional da América do Sul, da África do Sul e da Austrália.