O protesto na Arena Fonte Nova da torcida do Esporte Clube Bahia, revoltada com a forma que o clube é gerido, levantou diversas discussões sobre o uso da caxirola nos estádios que sediarão as partidas das Copas das Confederações e do Mundo de Futebol. No clássico baiano deste domingo (28), os torcedores do Esquadrão de Aço arremessaram no campo a invenção de Carlinhos Brown, uma espécie de chocoalho inspirado no caxixi – instrumento considerado complemento do berimbau. Em Salvador, os vereadores já iniciaram uma discussão para tentar proibir o uso, definitivamente, do objeto em qualquer evento futebolístico realizado na praça esportiva recém-inaugurada. Nesta segunda-feira (29), Arnando Lessa (PT) prometeu apresentar à Casa um projeto de lei proibitivo. “Se você olhar a caxirola, ela é, na realidade, uma soqueira não pontiaguda, com espaços entre os dedos para segurar, sacudir ou agredir. Ou seja, não só serve para jogar em jogador como fez a torcida do Bahia, o que nós condenamos, mas a caxirola é um plástico rígido, cortante e estremamente nocivo. E se dois torcedores se desentenderem na arquibancada e um der uma murro na cara do outro com aquilo?”, questionou em entrevista ao Bahia Notícias. De acordo com o edil, que garantiu ter reunido o apoio da maioria dos colegas, o licenciamento do produto força uma avaliação se, de fato, existe a preocupação dos órgão envolvidos na organização dos eventos com a segurança. “O rigor da Fifa com relação às questões de segurança proíbe, por exemplo, que circule pelos estádios água mineral em garrafas plásticas. (...) Existem coisas muito mais simbólicas na Bahia e na nossa tradição, como as baianas de acarajé que, ‘em nome da segurança’, estão proibidas dentro do estádio”, criticou. Entretanto, antes mesmo da possível proposição ser aprovada no Legislativo soteropolitano, segundo a agência de notícias Folhapress, o Comitê Organizador Local da Copa (COL) e a Fifa pretendem reavaliar o uso da caxirola como item aprovado para entrar nos estádios sedes dos eventos internacionais. Caso seja mantida a liberação do objeto, que leva selo oficial e será vendido como souvenir para animar torcidas, a estimativa é de que sejam produzidas 50 milhões de unidades, com previsão de preço entre R$ 20 e R$ 29.