A mãe de uma garota de 12 anos que pesa 146 quilos e frequenta a Escola Estadual Pedro de Mello, no distrito de Tupi, na zona rural de Piracicaba (SP), reclama do tratamento dado à estudante em razão da obesidade. Segundo a genitora, a direção sugeriu que a menina fosse retirada do estabelecimento de ensino. "Eu me senti ofendida. Minha filha é obesa e hipertensa, mas faz o controle com medicamentos. Isso não justifica um pedido desses", disse a vendedora Cláudia de Almeida Martins Rodrigues, de 42 anos. A Secretaria Estadual da Educação exigiu um laudo médico sobre as condições de saúde da jovem, que também é vítima de bullying praticado por alunos, de acordo com a mãe. Cláudia relatou que foi obrigada a assinar, no último dia 8, um termo de responsabilidade de próprio punho para que a filha pudesse frequentar as aulas de educação física. No dia 12, recebeu um comunicado da escola para que providenciasse um documento médico com autorização para as atividades esportivas, já que a menina apresentava "comportamento ofegante, chamando a atenção por ser fora do normal". Dias depois a mãe levou à escola um laudo assinado por um profissional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde a garota é acompanhada. No laudo, o médico escreveu que a "paciente não apresenta contraindicação para atividades escolares, mas tem limitações temporárias para atividades físicas até o controle da pressão arterial". Em nota da assessoria de imprensa, a Secretaria da Educação informou que as ações da direção tiveram como foco o bem-estar da estudante. "Como a aluna apresentava dificuldades no desenvolvimento de atividades físicas, a escola indicou que a mãe a encaminhasse para avaliação médica a fim de verificar as suas condições de saúde. A escola acatou a orientação médica, a adolescente não frequenta mais as aulas de educação física e a equipe gestora continua a acompanhar a estudante e sua família." Em entrevista ao G1, a mãe da jovem obesa afirmou que a garota é alvo constante de ofensas em razão do volume de gordura corporal, fato que estaria prejudicando o tratamento. "Os outros alunos a chamam de 'gorda', 'baleia' e dizem que ela não 'vai passar na porta do ônibus', mas o que mais me incomoda é o fato de o próprio diretor da instituição me orientar a retirá-la da escola. Sei que ela chama atenção por ser grande, mas minha filha não é nenhum 'monstro'. É uma criança como qualquer outra", relatou a mãe. De acordo com a vendedora, o diretor da escola a orientou a retirar a garota da escola quando ela foi levar o laudo médico. "Antes tinha me reunido com o diretor e pedi para ele conversar com os alunos e fazer uma campanha de conscientização na escola para falar que existem pessoas magras, gordas, negras e brancas. No entanto, dias depois ela foi novamente ofendida", disse Cláudia. A prática de bullying se agravou no início deste mês, de acordo com a mãe. A irmã da adolescente obesa, que frequenta a mesma escola, chegou a ser suspensa por um dia após estapear um garoto que acabara de chamá-la de "gorda". "Foi a segunda vez que o menino ofendeu a minha irmã, por isso não aguentei. Sei que não é o correto bater e nunca tinha feito isso, mas também não é justo ofendê-la daquela maneira", relatou a irmã, que tem 13 anos. Sobre o bullying, a Secretaria da Educação informou que a escola mantém, não apenas para este caso, ações de combate desenvolvidas com todos os alunos e orientações sobre respeito mútuo entre colegas. A pasta informou ainda que está prevista uma reunião com a mãe da estudante.
Uma série de xingamentos à candidata a deputada estadual em São Paulo Leci Brandão (PC do B), publicada no
Facebook
, será retirada do ar devido a um pedido da Procuradoria Regional Eleitoral do Estado (PRE-SP). Na página de uma usuária da rede social, a candidata é chamada por termos como "macumbeira", "nojenta", "maldita" e "verme". Tais expressões foram consideradas racistas pela procuradoria eleitoral estadual. Leci Brandão já havia obtido liminar para a retirada das mensagens ofensivas, mas renovou devido a novas postagens com conteúdo semelhante. A candidata já havia denunciado a usuária por meio da própria rede social, mas o Facebook alegou que "não havia violação aos seus padrões de comunidade". Devido à gravidade dos termos, o procurador eleitoral auxiliar, Gomes da Silva, encaminhou cópia da representação da deputada à Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo. (Terra)