quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Capoeira vira Patrimônio Cultural da Humanidade Reconhecimento pela Unesco foi anunciado nesta quarta 26 de novembro de 2014 e comemorado ao som de berimbau e trovoadas no histórico Cais do Valongo, na Zona Portuária do Rio

Rio - Os relâmpagos que anunciavam a chegada da chuva no fim da tarde desta quarta-feira se misturavam às batidas de um berimbau no meio do Cais do Valongo, na Zona Portuária. Era o som que ditava o ritmo da roda de capoeira do grupo Senzala, que repetia em coro: “A vida é que nem maré, tem hora que vai, tem hora que vem”. Eles comemoravam o reconhecimento da arte como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), depois de séculos de marginalização. 
A maré nem sempre foi boa para os negros naquela região do porto. No período colonial, ali desembarcavam e eram comercializados milhares de africanos escravizados no Brasil. A partir de agora, o lugar pode virar um símbolo de resistência. “É um trabalho que começou lá atrás, desde quando os negros aqui desembarcaram. É um reconhecimento que a gente recebe e divide com os ancestrais”, disse o mestre Toni Vargas. “Espero que isso abra mais portas para a gente”. 
Capoeiristas do Grupo Senzala comemoraram o reconhecimento da Unesco com roda ontem, à tarde
Foto:  João Laet / Agência O Dia




























Filho do mestre Toni, Gabriel Vargas não se intimidava diante dos capoeiristas mais experientes da roda. Aos 15 anos, ele já aprendeu o valor da arte que herdou do pai. “Alguns têm preconceito, acham que é religião. Espero que agora eles abram a mente”, comentou. 
Presente na delegação brasileira que defendeu a candidatura da capoeira em na cerimônia da Unesco em Paris, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado ressaltou a cultura como símbolo na identidade brasileira. “A capoeira expressa a história de resistência negra no Brasil. Esse reconhecimento demarca a conscientização sobre o valor da herança cultural africana, que, no passado, foi discriminada.” 
Quando a equipe de reportagem deixava o local, os capoeiristas se apressaram para guardar seus instrumentos. Começava a cair a chuva que vinha se anunciando junto ao berimbau, e lavou a antiga calçada de pedra do Cais do Valongo.
Título já foi concedido ao samba de roda, frevo e Círio de Nazaré 
A roda de capoeira se junta ao samba de roda do Recôncavo Baiano (BA), à arte kusiwa de pintura corporal, do Amapá, ao frevo, de Pernambuco, e ao Círio de Nazaré, do Pará, já reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A distinção foi criada em 1997 pela Unesco para a proteção de expressões culturais e as tradições de um povo. 
A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan em 2008. Segundo o Instituto, a dança é um dos maiores símbolos da cultura brasileira e é praticada em mais de 160 países, em todos os continentes. 
Até a década de 1930, a prática da capoeira era proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta, apropriada pelos “malandros” e marginais. Nesta época, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas, que gostou da manifestação e transformou em esporte nacional.
Reportagem de Lucas Gayoso

ANIVERSARIANTES DO DIA 27 DE NOVEMBRO DE 2014

LILITA SANTOS

ALAIM  SOUZA

IVONETE  CRUZ


MONICA  CARDOZO
LUCIANO  BRANDÃO

ANDRESSA  GHOMEZ

AUGUSTO ALMEIDA

CLEITON  SANTOS

MARGARIDA CINTRA

PARABÉNS DO BLOG DO BAMBOLÊ

Assembleia aprova aposentadoria vitalícia para ex-governadores A proposta foi aprovada após acordo entre base aliada e oposição. Agora, segue para a sanção de Wagner

A pouco mais de um mês para o fim do segundo mandato de Jaques Wagner (PT), deputados estaduais aprovaram nesta terça-feira (25), por unanimidade da Assembleia, projeto de lei que prevê aposentadoria vitalícia para ex-governadores. A medida, restrita a quem tem mais de 30 anos de contribuição previdenciária, vai beneficiar Wagner e outros dois ex-governadores: Paulo Souto (DEM) e o senador João Durval (PDT). 
(Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

Cada um vai receber pensão de R$ 19 mil, valor do salário atual do governador. Em caso de morte, a viúva herda o benefício vitalício. A proposta, de autoria do deputado Adolfo Menezes (PSD), foi aprovada após acordo entre base aliada e oposição. Agora, segue para a sanção de Wagner. O líder do governo, deputado Zé Neto (PT), disse à Folha de S.Paulo que a aposentadoria vitalícia seria uma forma de dar estabilidade a ex-governadores.

Para o deputado, ainda segundo a Folha, um ex-governador que não for um empresário ou servidor público concursado de alto salário pode viver com dificuldades financeiras depois de aposentado. “Pior seria se eles fossem trabalhar na iniciativa privada depois de deixarem o governo. Haveria conflito de interesses”, afirma o petista.

O líder da oposição na Assembleia, Carlos Gaban (DEM), disse também à Folha que o projeto “é bom, mas foi votado em momento inoportuno”. “Fica claro que ele foi concebido para beneficiar Jaques Wagner”, disse. Mesmo com tom crítico, Gaban votou pela aprovação. Em 2010, logo após a reeleição de Wagner, a Assembleia ensaiou a tramitação de projeto semelhante, mas ele foi arquivado.
Fonte :  Correio

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