A celebração do dia Dois de Fevereiro deixou a praia de Buraquinho, Lauro de Freitas, em festa nesta quinta-feira. O verde do mar, o azul do céu, e o branco das roupas das baianas iluminaram o dia com as cores da Rainha do Mar. A entrega das oferendas durou toda a manhã. Para os pescadores, era o momento de agradecer pelas dádivas do mar e pedir proteção à iemanjá. Mãe Lúcia, do terreiro São Jorge Filho da Goméia, dirigiu os trabalhos, sob a benção dos cânticos bantos. Primeiro foi entoado, o Xirê, que é a saudação a todos os orixás. Depois, os sagrados cantos da Rainha do Mar. Em ritmo de afoxé, a banda de sopro guiou a procissão até os barcos, animando a multidão.
Cerca de dez barcos partiram da foz rio Joanes, vencendo a barra para realizar a entrega dos presentes. Na volta, a festa continuou com apresentações musicais em palco montado próximo à colônia. O presidente da Associação de Pescadores de Buraquinho, Jonas Tomás dos Santos, conhecido como Touro, contou que o mar estava agitado, mas as águas ficaram calmas na hora da entrega do presente. “É tudo questão de fé. Fizemos nosso trabalho, agradecemos a ela e voltamos”. Segundo ele, a festa fica maior a cada ano. “Não é do tamanho da do Rio Vermelho, mas a fé e a determinação são as mesmas. Em 2012 foi maior do que em 2011 e em 2013 com certeza vai ser maior ainda”. A tradição em Buraquinho é tão remota quando as primeiras colônias de pesca do litoral baiano. A preservação dos rituais e o caráter popular são as principais características do evento. A prefeita Moema Gramacho destacou o valor cultural da festa: “é mais tradicional, tem todos os rituais da oferenda, dos cânticos e a presença marcante do povo”. A marisqueira aposentada Maria Gertudes Mattos, 76 anos, participa da tradição desde quando chegou a Portão, quando tinha nove anos. Mesmo evangélica, não deixa de participar da festa do Povo de Santo. “Esta tradição representa para mim tudo na vida. A festa é nossa, das marisqueiras, dos pescadores”. A essência e a expressividade da festa de Buraquinho atraem, além de devotos de toda a região, turistas e curiosos. A baiana Helelita Fchwaiger mora há 26 anos na Alemanha e, pela primeira vez, participou do evento em Lauro de Freitas. Ele lembra que, a última vez que participou do Dois de Fevereiro, no Rio Vemelho, foi em 1980, quando passou no vestibular. “Estou achando muito lindo e as pessoas são muito receptivas”.
Com informações do DECOM-Prefeitura de Lauro de Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário