por Alexandre Galvão
Fotos: Alexandre Galvão / Bahia Notícias
Salvador viu nesta segunda-feira (17) uma das maiores passeatas da história da capital baiana. Segundo dados dos organizadores, oito mil pessoas caminharam da frente do Shopping Iguatemi até a Estação de Transbordo da região. O grupo atingiu o objetivo ao fazer a volta na Avenida Tancredo Neves. Enquanto caminhavam, ouviam-se gritos de “vem pra rua, vem que a luta cresce, vem” e “o gigante acordou”, em referência a outros movimentos que acontecem simultaneamente no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Lelo Filho, ator e produtor da Companhia Baiana da Patifaria, estava no protesto e disse, em entrevista ao Bahia Notícias, concordar com a interdição das ruas pelos manifestantes, já que “estamos fazendo pelo coletivo e é uma coisa para mudar o futuro”.
Uma mobilização nacional está marcada para esta quinta-feira (20). O grupo pretende sair do Passeio Público, no bairro do Campo Grande ás 14h e chegar à Fonte Nova, onde o jogo entre Uruguai e Nigéria acontecerá. Marcos Musse, organizador da votação do trajeto do ato desta segunda, disse que os direitos do povo estão sendo privados em detrimento das ordens da Fifa, que, para ele, “alugou o país”. A manifestação deixou a região com o trânsito bastante congestionado, porém, para Ricardo Andrei, que tinha seu carro parado no engarrafamento, o movimento é legítimo. “Não concordo com investimentos na Copa, existem muitas outras coisas para serem feitas em Salvador”, completou.
A Polícia Militar (PM) estava presente durante todo o percurso, contudo apenas acompanhou, não intervindo em nenhum momento. Pareta Calderasch, um dos organizadores da mobilização pelo Facebook, disse que nunca viu um movimento dessa magnitude sem ter um líder, que estava “emocionado”. O organizador elogiou também a postura da PM. “Espero que isso se repita dia 20”, afirmou. Pós-passeata, nas redes sociais, pessoas comentavam a ação. “Esse pode ser o início de uma nova era de consciência cidadã. Tenho fé de que nada será em vão e o movimento só ganhará mais força”, disse Pedro Aragão, 19, no Facebook.
É disso que estou falando, a população tem que correr atrás dos seus direitos e pacificamente protestar, manifestar e cobrar melhorias no nosso país e será muito bom começar pela reformulação do código penal brasileiro seguido da saúde e educação tão precária.
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