A comunidade do Terreiro Ilê Axé Opô Aganju, localizado em Lauro de Freitas e decretado Patrimônio Cultural da Bahia desde 2005, está em festa nesta quarta-feira, dia 20. A sua Mãe Pequena – 2º cargo de um terreiro que em yorubá significa Iyakekerè –, Mãe Rosa (Oxum Yomi), comemora 60 anos de iniciação religiosa, realizada pela saudosa Mãe Senhora (Oxum Miuá) do Axé Opô Afonjá.
A programação inclui uma missa de Ação de Graças, às 10h30, na Igreja do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, seguida de almoço no Opô Aganju, em Lauro de Freitas, na região metropolitana da capital.
O terreiro se tornou bem cultural baiano via decreto n°9.495/05 por meio de dossiê do Instituto do Patrimônio Cultural (IPAC) da Secretaria de Cultura do Estado e está sediado no Alto da Vila Praiana desde 1966. A sua importância se dá principalmente pelo seu fundador Balbino Daniel de Paula ou Balbino de Xangô ou Obarain, que é o babalorixá do terreiro. Ele também foi iniciado por Mãe Senhora, fez viagens à África (Benin e Nigéria), sendo incentivado e acompanhado pelo fotógrafo e etnólogo Pierre Verger. Balbino é descendente da tradicional família Manoel Antonio Daniel de Paula (seu avô), responsável pelo culto dos Egungns.
Já Mãe Rosa (Oxum Yomi) – Rosalina Daniel de Paula, está com 82 anos e completa 60 de iniciação. Ela é filha de Pedro Daniel de Paula e de Ana Maria de Paula, nascida em Ponta de Areia, Ilha de Itaparica, em 30 de agosto de 1933. Foi iniciada aos 20 anos de idade, é muito querida e respeitada pelas comunidades dos terreiros.
POLÍTICA CULTURAL – O IPAC desenvolve políticas públicas para beneficiar os bens culturais reconhecidos oficialmente pelo Estado e para estimular os municípios a fazerem o mesmo. Com relação aos terreiros e depois de meses de estudos, o IPAC está propondo uma nova opção de proteção a esses espaços, que é o ‘Registro Especial’. A proposta será também apresentada amanhã em um Ciclo de Debates na Biblioteca Pública, nos Barris, das 9 às 17h.
Além de restaurar e realizar obras de conservação física, uma outra ação do IPAC relacionada aos terreiros é difundir e divulgar os bens registrados e tombados. Até hoje, o IPAC já tombou 11 terreiros de candomblé. Mas até o final deste ano (2014), cerca de mais 10 terreiros da região do Recôncavo baiano devem receber proteção via o ‘Registro Especial’. Mais dados sobre a proteção aos bens materiais e imateriais promovidas pelo IPAC, são disponibilizados na sua Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DIPAT), via telefones (71) 3117-7496 e 3117-7498, ou endereço dipat.ipac@ipac.ba.gov.br.
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