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Uma estudante da Universidade Federal do Pará em Altamira recebeu ameaças de violência e morte nas redes sociais. O caso ocorreu na última quinta-feira (11), quando Sonia Regina Abreu sofreu injúria racial de um perfil falso com o nome “Branco White”. "Neguinha como você a gente estupra e depois queima para não poluir o solo. Lugar de negro é na senzala ou a sete palmos", disse o texto. A estudante afirmou ao G1 que, assustada, procurou a Polícia Civil. "Fiquei chocada. Eu nunca imaginei na vida passar por essa situação. Ver meu nome deste jeito, exposto com agressões tão fortes e ameaças de morte, por eu ser negra", contou. No dia seguinte, o agressor enviou um e-mail para a vítima, em que debochava ao dizer que utilizou o computador da própria vítima, dentro da universidade, para fazer as postagens. Ele ainda sugeriu que ela seria o início de do equivalente a uma limpeza étnica. "Você é só o começo. Vamos limpar Altamira dessa peste negra", escreveu por email. É uma situação estarrecedora. O que esta pessoa ou este grupo de fez na internet foi dirigir o preconceito racial a esta moça e a raça negra como um todo", disse a promotora Lucinery Ferreira, que coordena o núcleo de enfrentamento à violência contra a mulher no Ministério Público do Pará. Ela explicou que a polícia busca, agora, identificar se o responsável está envolvido com algum grupo que prega ódio contra negros em outros estados e até fora do Brasil. "Se for identificado que é um movimento com reflexo no exterior, até a Polícia Federal deve se envolver pois se torna um crime transnacional. Estamos em um primeiro momento. Ontem (15) foi o depoimento da vítima, e agora estamos iniciando a apuração", concluiu.
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