terça-feira, 21 de abril de 2015

Campanha 'Ah, branco, dá um tempo!' aborda o racismo cordial

Comentários, frases prontas, preconceito velado e dissimulado são prova que no Brasil o preconceito de cor procura se esconder no politicamente correto (ou correção política), que se refere a uma suposta política que consiste em tornar a linguagem neutra em termos dediscriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, como a linguagem e o imaginário racista ou sexista. Nossa cultura ancestral enraizada na ideia de que ser de etnia negra relega ao indivíduo negro uma condição de inferioridade social e estética(aparência física, traços faciais, biótipo), conceito de beleza modelo, se revela em comentário maldoso, mascarado por um "inofensivo" modo de falar. Muitas vezes, você não precisa nem sair de casa. Por conta disso, e inspirados no Tumblr I, Too, Am Harvard, criado pelos estudantes negros da universidade da Harvard, os alunos da Universidade de Brasília resolveram começar uma campanha online para abordar, de forma criativa e de fácil entendimento, o racismo cordial ainda praticado pelos brasileiros. 

A estudante da UnB Lorena Monique dos Santos foi a responsável por colocar o projeto em prática. Os estudantes que toparam participar da campanha Ah, branco, dá um tempo!escreveram em plaquinhas algumas frases que já estão cansados de ouvir e que, na maioria das vezes, soa como uma brincadeirinha, como um comentário despretensioso e livre de qualquer tipo de preconceito. O Campus da UFBA em Salvador recebeu em suas dependências o projeto.



"Vemos a população negra recebendo os piores salários, ocupando os postos de trabalho mais desvalorizados, crescemos sem ver pessoas negras na televisão e, mesmo assim, nos dizem todos os dias que não existe racismo no Brasil", desabafou Lorena em entrevista ao site Brasil Post. A luta da estudante, e de todos os estudantes engajados na campanha, é mostrar como alguns comentários, principalmente esses que soam como um tipo de gentileza (sério?), podem machucar e prejudicar a luta de anos e anos a favor da igualdade no país. 



Por Ricardo Vieira
Fonte: Jornal A Tarde e Revista Capricho 

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