sábado, 17 de dezembro de 2011

PESCADORES ACIDENTADOS ONTEM EM BURAQUINHO PASSAM BEM


Os quatro pescadores lançados ao mar ontem após embarcação virar e afundar próximo à barra do rio Joanes, em Buraquinho, passam bem. O mais idoso, João Brandão, de 64 anos, foi atingido pelo casco do jangabarco (jangada de fibra com motor de centro) e teve cortes no joelho e no tornozelo. Apesar do mar forte e a proximidade dos arrecifes, os outros saíram ilesos. O acidente aconteceu na manhã desta quinta-feira (15), quando os pescadores voltavam para a colônia. “A maré era alta e vazante. O vento nordeste estava muito forte. Quando bateu o noroeste, as ondas levantaram” – contou o presidente da Associação de Pescadores de Buraquinho, Jonas Tomás dos Santos, popularmente conhecido como Touro.
O pescador que estava no leme, João Bonfim, 60 anos, disse que o acidente ocorreu porque na entrada da barra as embarcações enfrentam as ondas lateralmente. “O mar começou a crescer e o vento a apertar. Quando tirei da pedra, o pessoal gritou: ó o mar. Aí já veio a onda. Quando a outra rasgou já foi por cima”. Apesar do perigo que enfrentou, ele disse que sua grande preocupação foi com o colega ferido, por ser hipertenso e diabético. “Ele segurou na bóia de salvatagem e meu compadre conseguiu puxar ele para a praia”. Um dos pescadores conseguiu ajuda fazendo sinal com remo, que foi visto na colônia. Na ânsia de salvá-los, um pescador se jogou ao mar e precisou de ajuda para não ser levado pela correnteza.
A jangada foi recuperada, mas os danos devem ultrapassar R$ 3 mil. Ela é uma das quatro doadas há seis anos pela Secretaria de Combate a Pobreza e às Desigualdades Sociais (SECOMP), por meio do programa Boa Pesca, à Associação. De acordo com Touro, já houve duas mortes na barra em acidentes parecidos. Assim como Bonfim, ele acredita que a forma de garantir segurança para os pescadores é abrindo uma passagem nos arrecifes, que evitará trajeto de cerca de 600 metros paralelo às ondas. João Bonfim lembra que, há quatro décadas, a “boca” da barra era mais ao norte e a saída ao mar podia ser feito “cortando” as ondas com a proa das embarcações.

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