Prefeitura dá férias a funcionária que não trabalha

há quase seis anos e que nos últimos tem conseguido a mágica de vender parte das férias e receber 13ª. Milhares de brasileiros sonham em entrar para o serviço público pela estabilidade financeira, com salário na conta todo o mês, férias e 13ª garantidos. 
      Outros querem mesmo é aproveitar o jeitinho brasileiro, amizade com o superior e fingir que trabalha. Este é o caso de uma servidora pública do município de Itabuna, no sul da Bahia. Ela não sabe o que é pegar no batente desde 2007. 
      A proeza é conseguida por Hélia Simões dos Santos, que é funcionaria efetiva da prefeitura sob a matrícula 7734, conforme consta no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). 
      Aliada do ex-prefeito Fernando Gomes, no início de seu governo, sempre aparecia no prédio do Centro Administrativo Firmino Alves para trabalhar ao lado de Maria Alice de Araújo. E só por ela e pelas mordomias. 
      Privilegiada 
      Já no governo do ex-prefeito José Nilton Azevedo (2009/2012) não apareceu nem um dia ao trabalho, em função de um atestado “permanente”. A filha dela, Sandra Simões (na foto), ainda no governo de Azevedo, era a diretora de marketing no Departamento de Comunicação Social. 
      Sandra levava o ponto de frequência para casa. Uma mordomia para poucos. Hélia Simões está entre as pessoas que contam com padrinho forte na Prefeitura de Itabuna e não importa o governo. Seja do DEM ou PRB, as vantagens estão garantidas. 
      Até maio de 2012, ela tinha o cargo de “secretária” lotada na Secretaria de Governo e Comunicação Social, com um salário de R$ 1.563,25. Em junho do ano passado, o então prefeito Azevedo criou o Plano de Cargos e Salários. 
      Hélia, mesmo sem aparecer nem um dia na prefeitura, foi enquadrada na função de “Analista Administrativa”, passando a receber R$ 2.309,76. Com os reajustes de acordos coletivos neste ano, ela embolsa hoje R$ 2.498,55, sem trabalhar. 
      A filha dela, Sandra, que tinha cargo comissionado, foi exonerada no início do ano pelo atual prefeito Vane, ao aparecer para pegar a folha de ponto. Em casa, Hélia assinava os “dias trabalhados”. 
      A atual secretária de Governo e Comunicação Social do governo Vane, Cleide Oliveira, assina embaixo da folha de ponto e encaminha ao Departamento de Recursos Humanos como se a funcionária-fantasma frequentasse o trabalho. 
      Amizade 
      A amizade com Cleide vem desde os tempos em que Fernando Gomes era prefeito. O mais absurdo é que, em quase seis anos sem prestar nenhum serviço ao município, Hélia Simões tira férias todos os anos com direito a um terço de abono pecuniário, ou seja, vende 10 dias de “trabalho”. 
      Nenhum funcionário efetivo que trabalha e cumpre rigorosamente o expediente consegue essa façanha. Neste mês de novembro, por exemplo, Hélia está de férias e vendeu 10 dias, autorizada pela secretaria de Governo e Comunicação Social, Cleide Oliveira. 
      No horário em que deveria estar pegando no batente no município, a funcionaria fantasma Hélia Simões, independente de férias, aproveita todo o tempo livre para fazer compras no shopping e trabalhar em seu serviço extra, em casa, como empresária do ramo de buffet. 
      A mulher ainda é pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde comparece todo mês para sacar o dinheiro. Hélia Simões tem esse mesmo espaço para defende-se das denúncias que A Região investiga há três anos. A foto veio da assessoria do Demo na época da eleição. 

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