por Evilásio Júnior
Foto: Tiago Melo/ Bahia Notícias
As declarações do deputado estadual Pastor Sargento Isidório em entrevista ao Bahia Notícias foram consideradas como "estratégia eleitoral" pela senadora Lídice da Mata, presidente do PSB baiano, que se diz "surpresa" e "chocada" com as revelações do seu liderado. Entre as polêmicas geradas pelo parlamentar, como a afirmação de que evita ficar perto de homem "porque a carne é fraca", a sua própria legenda não foi poupada. Repudiado pela direção socialista por partir em defesa do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, Marco Feliciano (PSC-SP) – acusado de homofobia e racismo por movimentos sociais –, ele atribuiu a medida aos "viados e viadas lá de dentro [do PSB]" e atacou a própria presidente, ao comparar que "Lídice é de Oxum" e ele é "de Jesus". "Todos no partido têm respeitado as posições dele, mas ele não está tendo o mesmo respeito ao se referir ao PSB e a mim pessoalmente. Se ele hoje é deputado, se deve à votação dos outros candidatos do partido. Só posso achar que estava fora de si quando disse tanta bobagem. Insinua que sou homossexual... Ele é maluco? [...] Essa fala dele é muito baixo nível. [...] Eu conheço Isidório. Ele quer é isso [causar polêmica]. Se não quisesse, não falava assim. Esse comportamento dá votos a Isidório. Vocês da mídia não entendem, mas vocês dão repercussão a isso. Olha o caso Feliciano. A cada vírgula que se publica do que Feliciano fala, mais Feliciano se torna personalidade entre evangélicos, pentecostais, neopentecostais... É uma forma de eles se creditarem junto ao seu público", avaliou Lídice, em conversa com o BN, ao ponderar, no entanto, que "o PSB tem vários militantes religiosos". "Mas aí não é a questão religiosa que está em discussão. Tenho certeza de que nenhum religioso vai concordar com a forma desrespeitosa como ele se coloca", apostou. Sobre a possibilidade de expulsão do seu ainda liderado das fileiras da sigla, a dirigente decretou que, embora o assunto não estivesse inicialmente previsto para ser discutido, a entrevista de Isidório ao BN será levada à reunião da executiva estadual, na próxima sexta-feira (19). "Vou levá-la e incluí-la na pauta. Até então sabia que ele falava bobagem, mas ele não tinha excedido o limite do respeito. Ele não pode falar, falar e falar achando que é ilimitado. Ele deve desculpas ao partido, que o aceitou quando ele não tinha sequer legenda para disputar a eleição [em 2010]. É um descompensado", sentenciou Lídice. O item VI do Artigo 1º do Estatuto do PSB determina como atribuições da agremiação "estimular o desenvolvimento de valores morais e comportamentos culturais que contribuam para acelerar a abolição dos antagonismos de classes e da exploração entre classes e segmentos sociais, bem como de todas as formas que justificam ideologicamente a discriminação e a marginalização de indivíduos e grupos sociais". Quem não cumprir as normas, segundo o Artigo 9º, será penalizado com punições que variam de advertência escrita interna; suspensão do direito de voto nas reuniões internas; censura pública; suspensão por até 12 meses; destituição de função em cargo partidário; cancelamento de filiação até a expulsão do integrante.
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