Na Grã-Bretanha, mais um caso de sucesso na reversão do diabetes tipo 2 voltou a chamar a atenção para a teoria de que por meio de uma dieta de restrição calórica, feita por um período determinado de tempo, é possível se livrar da condição que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo. O jornalista britânico Robert Doughty, de 59 anos, que até o ano passado estava entre os 371 milhões de portadores do diabetes no mundo, reverteu o quadro da própria condição com uma dieta de apenas 800 calorias por dia. Num período de apenas 11 dias, Doughty enfrentou o duro regime de ingerir três doses diárias de shakes de reposição alimentícia com 200 calorias cada, somada a uma uma porção de legumes e vegetais de mais 200 calorias. Como parte da dieta, ele também teve que tomar um total de três litros de água por dia. Doughty seguiu a dieta depois de procurar na internet estudos referentes ao diabetes tipo 2. Antes de começar o regime, ele procurou o pesquisador Roy Taylor, da Universidade de Newcastle, autor da teoria da dieta de 800 calorias, além do próprio médico, de quem obteve o aval para cortar as calorias diárias.
A teoria
A teoria
O diabetes tipo 2 se desenvolve quando o pâncreas para de produzir insulina em quantidades suficientes para manter o nível normal de glicose no sangue. No caso do diabetes tipo 1 - também chamado de diabetes congênito -, o pâncreas para totalmente de produzir insulina, que precisa ser injetada no paciente. Nos dois casos, sem o controle adequado, o nível de glicose no sangue alcança um patamar de risco, o que pode gerar a longo prazo diversas complicações nos rins, pressão arterial alta, perda parcial ou total da visão, problemas no coração, dentre outros males. No caso da diabetes tipo 2, a condição está fortemente associada à obesidade, uma condição que se alastra em todo o mundo. Foi justamente a associação com a gordura que intrigou professor Roy Taylor, da Universidade de Newcastle, no norte da Inglaterra, quando iniciou seus estudos sobre o diabetes tipo 2 há dois anos.Ele notou que pacientes que se submetiam à cirurgia para redução de estômago passavam por um período de transição, logo após a cirurgia, de redução drástica da quantidade de calorias ingeridas. Passados alguns meses depois do emagrecimento, o pesquisador notou que a maioria dos pacientes que tinham diabetes tipo 2 tinham se livrado da condição. Todos eles tinham algo em comum: haviam perdido uma grande quantidade de gordura na região abdominal. Estudos preliminares mostraram, então, que esse tipo de gordura, localizada na barriga, próxima de órgãos como o pâncreas e o fígado, tinha uma associação com o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Ao fazer a relação entre calorias ingeridas, tempo gasto para perder peso e a quantidade de gordura perdida, principalmente na região abdominal, Taylor chegou à teoria da dieta de hiper redução calórica. O estudo de Taylor foi divulgado em 2011, na publicação científica Diabetologia.
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