Mãe Stella, do Ilê Apô Afonjá, será também sacerdotisa da Academia de Letras da Bahia
por Samuel Celestino
Foto: Antônio Milena/ABr
A chegada da Mãe Stella de Oxossi, sacerdotisa do Ilê Axé Opô Afonjá, um dos principais terreiros do culto afro na Bahia, será uma festa como jamais aconteceu nos 96 anos da Academia de Letras da Bahia. Uma festa que marcará o que dificilmente voltará a acontecer em qualquer academia do país: a presença de uma ialorixá entre imortais da ALB. Mãe Stella ocupará a cadeira 33, cujo patrono foi o poeta Castro Alves, um abolicionista e maior poeta brasileiro. O seu último ocupante foi o historiador Ubiratan Castro, que morreu precocemente no início do ano. A ialorixá foi eleita acadêmica por unanimidade. Uma figura suave, amena, sábia, que integra o conjunto de articulistas de A Tarde onde escreve quinzenalmente e que tem diversos livros publicados. O ingresso de Mãe Stella marca a Academia de Letras, estabelece um ponto de baianidade e passa a integrar o conjunto de 40 acadêmicos que formam o corpo da entidade. A noite da sacerdotisa ficará marcada, não só na Academia de Letras, mas na Bahia, que verá uma mãe de santo de invejável saber representar a raça negra, portanto a própria baianidade. Ela receberá o título e o colar às 20hs., quando, então, deverá então ter início a solenidade. O colar da Academia será doado pelo governo do Estado. Maria Stella de Azevedo Santo tem 88 anos de idade. Seu ingresso será saudado pela acadêmica Myriam Fraga, que acompanha o dia a dia do terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá.
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