A ideia de usar a madeira partiu do próprio ex-seringueiro. "Durante 20 anos, andei de muleta. Depois, passei a usar a perna de pau, feita de madeira. Passei muitos anos [assim], eu mesmo fazia. A que uso hoje aqui foi um vizinho já falecido, que trabalhava fazendo embarcações, que me presenteou. As primeiras eu mesmo fazia, pegava um pedaço de madeira, cavava com um formão e fazia por conta própria. Para calçar, forrava com pano para evitar calos", explica.
Em 2014, Francisco chegou a ganhar uma prótese de alumínio, mas opta pela de madeira por conta do local onde mora, uma área úmida às margens do Rio Juruá.
"Tenho uma nova, mas não abro mão desta. Aqui é muito molhado, tem muita lama, então procuro usar esta para poupar a nova, que é melhor de andar. Mas, com essa aqui ando bem, ando por toda a cidade. É mais leve", destaca.
De acordo com ele, o material usado para fazer a prótese é aguano, uma espécie de madeira da região. "Foi um amigo que fez pra mim. Quando o pé fica ruim, vou a um carpinteiro, e ele faz outro pé”, finaliza.
Prótese é feita com madeira e adaptada para a área onde o ex-seringueiro mora, às margens do Rio Juruá (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)
Adelcimar CarvalhoDo G1 AC
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