domingo, 3 de maio de 2015

Soldados preferem atuar no Haiti a ter que ir para Complexo da Maré

Soldados preferem atuar no Haiti a ter que ir para Complexo da Maré
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
Militares que atuam há cerca de um ano no Complexo da Maré, conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro, preferem manter a presença no Haiti do que permanecer na região. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, membros do Exército defendem a retirada das tropas da área o quanto antes por causa da limitação das ações na favela. A proibição da realização de buscas em residências ou ocupação de imóveis que pertençam a criminosos seria o principal motivo de descontentamento dos soldados. "A missão na Maré é muito mais complexa do que no Haiti. Aqui, há três facções com disputas internas", avaliou o general Fernando Azevedo e Silva, comandante do Comando Militar do Leste (CML). Um acordo entre o governo federal e o do Rio definiu que os militares só têm autorização para patrulhar, realizar prisões em flagrante ou revistas em carros. Já durante ações no Complexo do Alemão, também no Rio, as tropas obtinham mandados de busca e apreensão com base em informações obtidas, o que permitia vistorias em residências suspeitas. Para generais e coronéis que atuaram no local, as limitações da operação aumentam os riscos de vítimas fatais entre militares e comunidade. "Entorpecentes são vendidos e consumidos nas casas, menores aliciados atiram pedras na tropa e traficantes passaram a emboscar os militares do alto das lajes", contou o coronel Fernando Montenegro, que  coordenou a ocupação do Alemão. Um grupo do Exército teria enviado um recado ao ministro da Defesa, Jaques Wagner, dizendo temerem uma "tragédia".

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