por Marília Moreira
Firme opositor dos rumos que o carnaval vinha tomando nos últimos anos, João Jorge Rodrigues, presidente do Olodum, abandonou o tom pessimista e “vibrou”, nesta quarta-feira (27), durante o anúncio da prefeitura sobre as mudanças no Carnaval de 2014. Segundo o presidente, o até então vazio slogan “É diferente, é carnaval de Salvador” se alinhou ao ano de comemoração dos blocos afro no tempo recorde de dois dias. “Foram 48 horas para propor um tema real”, acusou em entrevista ao Bahia Notícias. “Foi uma decisão inteligente. Salvador foi a primeira a ganhar com as mudanças, depois o folião pipoca, os blocos afro, os compositores e por aí vai. A partir de agora, vários segmentos passam a estar representados”, continuou. No início do ano, durante a folia momesca, o presidente do Olodum criticou de maneira muito firme a proposta e a estreia do circuito destinado exclusivamente ao desfile dos blocos afro. Segundo ele, diferente do que propagavam a prefeitura e Carlinhos Brown, grande incentivador da ideia, o Afródromo viria a enfraquecer e extinguir os poucos blocos ainda existentes, a exemplo do próprio Olodum, do Ilê Aiyê e dos Filhos de Gandhy. Em 2014, os desfiles do Afródromo acontecerão no já tradicional circuito Osmar (Centro) – sem o deslocamento para a região do Comércio, como fora cogitado – durante o horário nobre – as apresentações começarão a partir das 18h do domingo, segunda e terça-feira. “Isso pode significar uma mudança na visibilidade, um apoio maior para esses setores até então pouco contemplados e, ao mesmo tempo, a possibilidade de a cidade se reencontrar consigo mesma. São 40 anos do Ilê Aiyê, 35 do Olodum, 35 do Malê, 34 do Araketu, 32 do Muzenza; uma cidade que tem isso não podia desprezar esse tema como o tema do carnaval”, finalizou.
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