segunda-feira, 7 de agosto de 2017

"Vamos comer Caetano, Vamos deglutir Caetano": Musico baiano completa 75 anos


Hoje, dia 07 de Agosto de 2017, o músico baiano, Caetano Emanuel Teles Veloso (Caetano Veloso), completa 75 anos, eu, Yuri Teixeira, não poderia deixar de falar sobre este dia, afinal, Caê (apelido carinho para os fãs mais apaixonados) criou um marco no meu mundo musical.

Até os meus 12 anos eu só conhecia dois estilos de músicais: o famoso brega, com Altemar Durtra, Angela Maria, Fernando Mendes, dentre outros; e o arrocha, como o inicio da carreira do cantor Silvano Sales, Nara Costa, Nira Guerreira e outros grandes nomes daquela época, isso em 2005. Certo dia, ao ir para a Escola, ouvir um violão com timbre totalmente diferente dos estilos musicas que eu tinha ouvido desde então, parei para ouvir, fiquei até o final da canção, onde o locutor da rádio ao qual passava a canção anunciou: "Sozinho, Caetano Veloso, música de Peninha". Pronto, desde aquele momento fiquei impressionado com a canção, voz, violão, tudo, o conjunto da obra me deixará apaixonado.

Durante todos os dias ao ir para a escola, eu tinha a esperança de ouvir novamente aquela canção, pois eu não tinha acesso a internet ou algum meio de ouvi-lo, em casa, era os dois estilos que citei acima. Tive a oportunidade de ouvi-lo novamente três anos depois, quando completei 15 anos e tive de presente um computador, cavei a internet e me afundei nos conteúdos de Caê. Logo de cara encontrei "A luz de Tieta", "Trilhos Urbanos", "Podres Poderes", "Genipapo Absoluto" e etc, daí então comecei amar a MPB e conhecer também, é claro.  Por isso neste dia tão marcante para mim e para a Musica Popular Brasileira, eu não poderia de dizer: Parabéns Caetano, um grande "abraçaço".

Agora que você já sabe como tive acesso a grande obra do grande Caetano Veloso, conheça um pouco da sua trajetória: 


Infância

Caetano Veloso nasceu em 7 de agosto de 1942 em Santo Amaro, na Bahia, como o quinto dos sete filhos de José Teles Velloso (1901-1983), o "Seu Zezinho", funcionário público da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e Claudionor Viana Teles Velloso, mais conhecida como "Dona Canô" (1907-2012), casados em 7 de janeiro de 1931.
Desde pequeno, mostrou imenso interesse em arte e pintura. Em 1946, sua irmã mais nova nasceu. Veloso foi fundamental no momento da escolha de seu nome: o garoto de quatro anos de idade que adorava música brasileira, inspirado na valsa "Maria Bethânia" do compositor Capiba e sucesso na voz do cantor Nélson Gonçalves, assim escolheu o nome da irmã, Maria Bethânia. Ambos veriam sua trajetória artística se cruzar por diversos momentos e foram os dois filhos de Dona Canô que mais se destacaram no cenário nacional.
Dois acontecimentos principais o fizeram optar pela música. Aos dezesseis anos, sofreu um impacto que mudou definitivamente os seus planos de trabalhar no cinema: ouviu, num programa da Rádio Mayrink Veiga, a canção "Chega de Saudade" na voz de Marisa Gata Mansa e tomou conhecimento do disco homônimo de 1959 de João Gilberto. "Foi o marco mais nítido que uma canção já me deixou na vida", recordaria anos mais tarde. As maiores influências musicais desta época foram alguns cantores em voga na época, como "o rei do baião" Luís Gonzaga, e canções de maior apelo regional, como sambas de roda e pontos de candomblé. Em 1956, frequentou o auditório da Rádio Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, que contava com apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros.

Início da carreira musica

Foi lançado no cenário musical nacional pela irmã, a já reconhecida cantora Maria Bethânia, que gravou uma canção de sua autoria no primeiro disco, "Sol negro", um dueto com Gal Costa (as duas foram as cantoras que mais gravaram músicas de sua autoria). Em 1965, lançou o primeiro compacto, com as canções "Cavaleiro" e "Samba em Paz", ambas de sua autoria, pela RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (adquirida depois pela Sony Music), participando também do musical "Arena canta Bahia" (ao lado de Gal, Gil, Bethânia e Tom Zé), dirigido por Augusto Boal e apresentado no TBC (São Paulo). Teve músicas incluídas na trilha do curta-metragem "Viramundo", dirigido por Geraldo Sarno.
O primeiro LP gravado, em parceria com Gal Costa, foi Domingo (1967), produzido por Dori Caymmi, lançado pela gravadora Philips, que, posteriormente, transformou-se em Polygram (atualmente, Universal Music), que lançaria quase todos os seus discos. "Domingo" contou com uma sonoridade totalmente bossa-novista e a ele pertence o primeiro êxito popular da carreira, a canção "Coração vagabundo". Mesmo não tendo sido um estrondoso sucesso, garantiu um bom reconhecimento à dupla e foi muito aclamado pelo meio musical da época, como Elis ReginaWanda Sá, o próprio Dori Caymmi e Edu Lobo, marcando a estreia de ambos nessa gravadora, a convite do então diretor artístico João Araújo. A canção "Um dia", do repertório deste disco, recebeu o prêmio de melhor letra no II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record.

Tropicalismo

Nesse mesmo ano, foi lançado seu primeiro LP individual, Caetano Veloso, que trouxe canções como "No dia em que vim-me embora", "Tropicália", "Soy loco por ti América", "Superbacana" e a canção Alegria, Alegria - também lançada em compacto simples - que, ao som das guitarras elétricas do grupo argentino Beat Boys, enlouqueceu o terceiro Festival de Música Popular Brasileira (TV Record, outubro de 1967), juntamente com Gilberto Gil, que interpretou Domingo no Parque, classificadas respectivamente em quarto e segundo lugar. Era o início do Tropicalismo, movimento este que representou uma grande efervescência na música popular brasileira.
Este marco foi realizado pelo lançamento do álbum Tropicalia ou Panis et Circencis (julho de 1968), disco coletivo que contou com as participações de outros nomes consagrados do movimento, como Nara LeãoOs MutantesTorquato NetoRogério DupratCapinamTom ZéGilberto Gil e Gal. Ficou associada a este contexto a canção "É Proibido Proibir", da sua autoria (mesmo compacto que incluía a canção Torno a repetir, de domínio público), que ocasionou um dos muitos episódios antológicos da eliminatória do 3º Festival Internacional da Canção (TV Globo), no Teatro da Universidade Católica (São Paulo, 15 de setembro de 1968). Vestido com roupa de plástico, acompanhado pelas guitarras distorcidas d'Os Mutantes, ele lança de improviso um histórico discurso contra a plateia e o júri. "Vocês não estão entendendo nada!", gritou. A canção foi desclassificada, mas também foi lançada em compacto simples. Em novembro, Gal defendeu sua canção "Divino maravilhoso", parceria sua com Gil, no mesmo musical onde participou defendendo a canção "Queremos guerra" (de Jorge Benjor). Caetano lançou um compacto duplo que continha a gravação do samba "A voz do morto" que foi censurado, com isso o LP foi recolhido das lojas.
O ímpeto tropicalista logo se viu sintonizado com a criação artística que fervilhava em outras linguagens. "Eu tinha escrito 'Tropicália' havia pouco tempo quando O Rei da Vela[texto de Oswald de Andrade, encenado por José Celso Martinez Corrêa] estreou. Assistir a essa peça representou para mim a revelação de que havia de fato um movimento acontecendo no Brasil. Um movimento que transcendia o âmbito da música popular", lembra o artista.
Naturalmente, o movimento não tardaria a abraçar também a esfera do comportamento. Caetano Veloso e Jorge Mautner foram os primeiros andróginos da música popular brasileira. Em seu primeiro show na volta ao Brasil, em 1972, Caetano encarava o público de brincos de argolas, tamancos, batom e tomara-que-caia. Caetano Veloso foi a maior referência para o artista Ney Matogrosso — que, mais tarde, estrearia no grupo Secos & Molhados.

Redator: Yuri Teixeira
Fontes: Wikipedia e Folha de S. Paulo
Foto: Internet

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