Município da Região Metropolitana de Salvador emancipado em 31 de julho de 1962. Possui área de quase 60Km² e população de 171.042 habitantes (IBGE, 2012).
Bairros
O município de Lauro de Freitas é dividido em zonas para fins de planejamento urbano. A Prefeitura está trabalhando para promover a divisão da cidade por bairros e, assim, gerar CEPS para cada localidade. Os bairros mais conhecidos são:
Itinga – Com mais de 70 mil habitantes, mais da metade da população do município, está localizado a 5 km do Centro de Lauro de Freitas.
Portão – É o segundo em população, separado do Centro apenas pela Estrada do Coco.
Vilas do Atlântico – Foi um dos primeiros condomínios de luxo, construído para abrigar a classe média.
Areia Branca – O distrito mais distante, a 30 km do Centro, é o que mais preserva costumes de uma área rural.
Cají-Picuaia – Área de expansão habitacional.
Centro – Abriga a sede da Prefeitura de Lauro de Freitas e a Igreja da Matriz.
Ipitanga – Conhecido pela praia de Ipitanga, que faz divisa com Salvador, e atrai diversos turistas
Limites territoriais
Norte: Camaçari e Simões Filho
Sul: Salvador
Leste: Oceano Atlântico
Oeste: Salvador
Clima
Clima: quente úmido
Precipitação média anual: 1800 mm
Temperatura média anual: 24º
Altitude média: 100 metros
Período chuvoso: abril e junho
CEP: 42.700-000
DDD: 71
Relevo
Tabuleiros, planaltos costeiros, baixos tabuleiros e colinas do Recôncavo.
Tipo de Solo
Latossolo vermelho amarelo distrófico, podzólico vermelho amarelo, com predominância de areias quartzozas marinhas distróficas.
Vegetação
Na cobertura vegetal da orla marítima coqueirais de solo arenoso. Distingue-se dunas recobertas por plantas rasteiras, arbustos e semi-arbustos.
Hidrografia
Bacia do Rio Joanes e Rio Ipitanga. O Ipitanga corta a cidade desaguando no Joanes e no Oceano Atlântico. O município tem córregos e outros dois rios, Sapato e Goró, ambos em acelerado processo de deterioração.
História
O Município de Lauro de Freitas, antigo Santo Amaro do Ipitanga, tem suas origens nos primeiros tempos do Brasil colonial, no longínquo ano de 1552, quando Garcia D’Ávila, criado e almoxarife de Tomé de Souza, pediu e obteve dele,que era o Governador - Geral do Brasil, no dia 21 de maio, duas léguas de terras ao longo do mar, nos campos de Itapuã e Vale do Rio Joanes. Foi o 1º marco lusitano na região, pois até então só os índios tupis aqui habitavam.
Garcia D’Ávila recebeu algumas das primeiras cabeças de gado trazidas para o Brasil e aqui pelos campos de Tatuapara onde ergueu a sua fortaleza e pelos arredores (Aldeia do Espírito Santo, Ipitanga e Itapuã), fez o ponto de partida no Nordeste, para o ciclo do gado, de tão grande importância para o nosso país. Os jesuítas também marcaram presença importante. Já em 1578 temos o registro de suas passagens por nossa terra, quando de uma visita à aldeia do Espírito Santo (atual Vila de Abrantes), ocasião em que é atribuído um milagre ao Padre Anchieta, ao salvar um índio de afogar-se nas águas caudalosas do Rio Joanes e em 1608 fundam a freguesia de Santo Amaro do Ipitanga.
Santo Amaro ou Mauro foi Monge Benedito Italiano, que morreu no ano de 578. Padroeiro dos fabricantes de velas e carregadores é também o padroeiro do nosso município onde é festejado devotamente em janeiro, sendo o dia 15 a ele dedicado. Arquitetonicamente barroco-maneirista, a Igreja Matriz ocupou por longo período a sede da freguesia e originou ao seu redor o povoado, hoje sede do município.A Igreja Matriz adquiriu suas feições atuais no século XVIII.
No ciclo da cana-de-açúcar, a região teve o seu esplendor, destacando-se os engenhos: Japara, Cají, Quingoma e São Bento. Esse esplendor, entretanto, foi lamentavelmente alcançado às custas do trabalho escravo dos negros vindos da África nas condições mais desumanas possíveis, substituindo os índios que iam sendo também impiedosamente exterminados pelos portugueses . Grande resistência houve por parte dos escravos africanos, culminando com o “Combate do Rio Joanes” - protagonizado por negros muçulmanos travado nas margens do rio, em Portão no dia 28 de fevereiro de 1814 e que resultou em muitas mortes.
Em meados do século passado, com os reflexos do fim do ciclo da cana-de-açúcar, da gradativa extinção da escravatura e de um surto de cólera que dizimou quase toda a população, dentre outros fatores, a região entrou em declínio, situação esta que não se altera muito, mesmo com a instalação do campo de aviação após a 1ª Guerra Mundial e a construção da Base Aérea e do aeroporto durante a 2ª grande guerra.
Em 1962, depois de resoluções, decreto e lei, por indicação do então Vereador da capital Dr. Paulo Moreira de Souza, atendendo aos anseios de velhos moradores, o distrito de Ipitanga é então emancipado, com o nome de Lauro de Freitas, nome dado em homenagem ao Dr. Lauro Farani Pedreira de Freitas, falecido tragicamente em acidente aéreo, quando de sua candidatura praticamente vitoriosa a Governador da Bahia.
É nesse mesmo ano, que na paradisíaca praia de Buraquinho, Glauber Rocha dá a largada para a sua carreira internacional, ao concluir as filmagens de Barravento, que conquistaria o premio Opera Prima no Festival Internacional de cinema de Karlovy Vary, naTheco-Eslováquia. A praia de Buraquinho serviu de cenário para quase todo o desenrolar do filme. Nasce assim o nosso município sob o signo da cultura.
A partir da década de sessenta ironicamente, são os hippies que fugindo da civilização em direção ao paraíso de Arembepe, acabam atraindo uma multidão de curiosos aventureiros, empreendedores e especuladores. Com eles um ciclo de desenvolvimento se acelera nessa mesma década, com a construção da Estrada do Coco e se consolida nos anos noventa com a linha verde, multiplicando-se o número de villages, condomínios, loteamentos, restaurantes, bares, barracas de praia de grande porte, shoppings, bancos, pousadas e outros estabelecimentos voltados muitos deles para o turismo, que se constitui numa grande vocação e potencialidade econômica da região.
A Lauro de Freitas, que é uma espécie de Capital Regional do Litoral Norte (Costa dos Coqueiros), está reservado o importante papel de servir de modelo de desenvolvimento industrial, para as demais localidades dessa extensa orla marítima que se estende até os limites do Estado de Sergipe. Atividades turísticas não faltam, pois o município, apesar da sua reduzida extensão, possui belas praias, rios com possibilidades de serem ainda recuperados, lagoas, quedas d’água e resquícios da Mata Atlântica, dentre outras belezas naturais. Uma rica história, grande influência da cultura indígena, que ficou gravada na nomenclatura de vários de seus lugares, uma grande herança da cultura africana que se expressa em seus muitos terreiros de candomblé, grupos de capoeira e na voz ritmo de seus sambistas e da cultura europeia, manifestada nas rezas de Santo Antônio, nas procissões, nos ternos de reis e outras manifestações populares, além da rica arquitetura e azulejaria do seu templo de quase quatro séculos, localizado na sua praça principal. Some-se a tudo isso, a privilegiada proximidade do aeroporto internacional de Salvador e a proximidade da capital como um todo.
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